segunda-feira, 6 de agosto de 2007

O Início

Nosso Indivíduo veio ao mundo como a maioria de nós - digo isso pois nem todos nascem em uma maternidade, cercado de todos os cuidados médicos. Morava com seus pais em uma casa alugada, num bairro de classe média alta. Não que fossem ricos; ambos eram assalariados - bem, sua mãe o era até ele nascer; depois disso ela dedicou-se a nobre profissão de mãe (óbvio, mas nem tanto) e dona de casa. Seu avô também morava lá e ele, juntamente com o genitor de nosso "herói", supriam a casa. Pelo que consta, nosso Indivíduo não foi nenhuma criança problema, daquelas birrentas e que destroem a casa toda. Se bem que conta-se um episódio, que já ganha ares de lenda, na qual nosso jovem piloto de triciclo cometeu uma imprudência na condução de seu veículo. Na casa ao lado da sua - o esquerdo de quem olha da rua, para ser mais exato - funcionava o escritório de um político - na época, apenas um economista com aspirações maiores (graças a elas, ele chegou ao Senado, mas não me recordo de nada de impactante que ele possa ter feito por lá. É como dizem, a memória do brasileiro é curta). Certo dia, o mesmo encontrava-se na calçada, quando nosso aprendiz de piloto atropelou-lhe o pé com seu possante triciclo e fugiu sem prestar socorro à vitima. Aparentemente tal incidente não deixou sequelas no pobre homem - pelo menos, não me lembro do Senador marcar.



Era habitual sua mãe levá-lo para passear em um shopping próximo - desses passeios, ele se recorda de um onde sua mãe lhe comprou um revólver de brinquedo, que fazia barulho (track)ao se puxar o gatilho, e que seu pai, ao chegar em casa, ficou bravo, pois não queria o filho brincado com armas (como se isso o tivesse afastado delas - me refiro as de brinquedo) - ou pelas ruas calmas do bairro. Mas quis o destino mudar essa rotina.



A casa onde moravam pertencia à duas senhoras, já de idade avançada, sem herdeiros. Por ser o terreno de sua propriedade relativamente grande, elas o dividiram em três e lá construiram igual número de casas, todas separadas. Devido à condição descrita no início deste parágrafo, elas resolveram vender a propriedade - terreno e casas. Infelizmente, seus pais não possuiam cabedal suficiente para adquirir a propriedade e tiveram que se mudar. Com a ajuda de um tio, acabaram comprando uma casa num bairro da periferia. Era um bairro que começava a crescer. O terreno era grande, maior do que o terço de terreno onde moravam. A casa era bem modesta é verdade, mas uma reforminha deu-lhe ares de um lar. Por ser um bairro em formação, não contava com asfalto, água encanada - mas havia um poço - e iluminação pública (mas havia luz elétrica). E foi para esse recondito lugar, longe do centro da cidade, que nosso Indivíduo foi parar; ele contava com cerca de 2 anos de idade.


Seu pai, querendo aproveitar o tamanho do terreno, resolveu dar ares de chácara à propriedade. A mesma já possuia duas ameixeiras e um pessegueiro. A elas, juntarem-se um limoeiro, uma laranjeira, alguns pés de cana (por favor, não confundir com apreciadores de álcool, era cana de açucar mesmo) e, pasmem, um galinheiro. Além disso, arranjaram um cão, ou melhor, uma cadela para cuidar da casa. Pode soar estranho uma propriedade dessas no que seria um bairro residencial, e ele o era. Mas o lugar tinha ares de zona rural, afinal estavam, como citei acima, longe do centro da cidade. Havia um pequeno comércio na região - padaria, mercadinho, farmácia, açougue, depósito de materiais de construção - e uma linha de ônibus para o centro. Por essa razão, nosso Indivídio aprendeu a falar, desde a tenra idade, "vou até a cidade", referindo-se a ir até o centro da cidade fazer compras ou simplesmente passear. Demorou muitos anos para ele mudar essa frase para "vou ao centro".


Foi nesse lugarzinho afastado e um tanto insólito - claro que, com o passar dos anos, o lugar cresceu e evoluiu, perdendo seu ar um tanto rural e ganhando conotação urbana - que nosso Indivíduo cresceu e viveu a grande maioria de suas aventuras - e desventuras.

sexta-feira, 3 de agosto de 2007

Prefácio

Olá caro leitor, cara leitora - se é que há alguém lendo isto (ah! As incertezas dessa vida!).





O que vocês lerão aqui são as aventuras e desventuras de um Indivíduo, que pode ser qualquer pessoa - talvez vocês acabem se identificando com nosso personagem em alguma coisa. O fato é que esse Indivíduo em questão é uma pessoa comum, com aspirações como qualquer um de nós e que, como todo mundo, acerta e erra - se bem, creio eu, erra mais que acerta; mas se ele fosse o "senhor certinho", sua história talvez não tivesse tanta graça. Enfim...




Convido-vos a gastar alguns minutos do seu tempo - ou talvez você prefira procurar pornografia na web, ou jogar paciência (já fez isso com cartas de verdade?), ou teclar com alguem em algum chat da vida - lendo e, quem sabe, possas extrair algo de útil daqui - não dúvido que tal possa acontecer, afinal, tudo é possível.




Enjoy the ride.